segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Entrevista com os actores Sandro William Junqueira e Aires Ramos

Sandro William Junqueira nasceu em Umtali, na Rodésia, actual República do Zimbabué, há 36 anos. Em 1976, voltou para Portugal. Passa pelas Caldas da Rainha, Setúbal e Lisboa. Em 1986, vem viver para Portimão. Trabalha como designer gráfico, actor, encenador, professor de teatro e escritor. Em 1999, fundou o grupo de teatro “A GAVETA”, onde trabalhou como actor, encenador e responsável artístico. A partir de 2002, publicou com regularidade poesia e contos em revistas. Editou dois livros, "É preciso este silêncio", pela editora Amores Perfeitos e “O Caderno do Algoz”, pela Editora Caminho.
Aires Ramos nasceu há 49 anos, em Leça da Palmeira. Considera que “quase” já viveu por todo o mundo. É músico, compositor e professor de música. Formou-se na Escola de Jazz do Porto, onde também leccionou durante sete anos. Fez parte integrante de projectos musicais com Pedro Abrunhosa e Rita Ribeiro e de projectos teatrais com o grupo de teatro “A GAVETA”.
Em 2007, ambos iniciam um trabalho regular em escolas e bibliotecas com a criação e interpretação de diversos ateliês e espectáculos vocacionados para a promoção do livro e da leitura.


Entre Vistas - Quando é que decidiram tornar-se actores?
Sandro – Foi há doze anos atrás. Conheci uma pessoa ligada ao teatro que me incentivou a experimentar… experimentei … e depois disso, não quero outra coisa.
Entre Vistas - Como é que nasceu o projecto “Livro Que Ladra Não Morde”? E quando?
Sandro – Este projecto nasceu a partir de um convite que me foi feito para fazer um espectáculo, que tivesse como objectivo a promoção do livro e da leitura, dirigido para as escolas e bibliotecas e integrasse o Plano Nacional de Leitura. Juntei-me com o Aires, numa cave, durante uma semana, levei uns textos, o Aires levou a guitarra, e a partir daí, nasceu este espectáculo a que vocês assistiram.
Entre Vistas - Porque escolheram o nome “Livro Que Ladra Não Morde”?
Sandro – Porque é engraçado. Queríamos desmistificar aquela ideia de que os livros são coisas chatas e aborrecidas. Alguns são! Mas, a maioria dos livros não o são. A nossa ideia era de brincar com os livros e com a ideia de que livro que ladra não morde.
Entre Vistas - Para que público costumam actuar?
Sandro - Para vocês… geralmente para alunos do 2º ciclo. Temos outros projectos para pessoas mais velhas, alunos do secundário. Mas, este aqui é direccionado para alunos do 2º ciclo.
Entre Vistas - Onde vão buscar a inspiração para o vosso trabalho?
Aires - Não sabemos bem! É uma coisa que acontece naquele momento.
Entre Vistas - O que é que geralmente pode correr mal numa peça?
Sandro – Nunca nada corre mal! Habitualmente, o público não sabe aquilo que vai ver, e se alguma coisa corre mal… eles pensam que aquilo faz parte do espectáculo. Nós dizemos que na Arte não há erros! Às vezes, acontecem imprevistos. Por exemplo, se tivesse entrado aqui um cão a ladrar mesmo a sério, era um imprevisto. Nós temos que aproveitar essas coisas que acontecem e tentar dar a volta.
Entre Vistas - Qual é a sensação de estar a actuar em frente a um público?
Sandro – Em primeiro lugar, medo!
Aires - Responsabilidade!
Sandro – … e depois, temos de nos divertir e de oferecer algo ao público.
Entre Vistas - Como é ser actor e músico em Portugal?
Aires – É muito difícil!
Sandro – É difícil! Não é fácil! Tem que se trabalhar muito. Mas é muito recompensador ser actor.
Entre Vistas - Qual é o vosso grande sonho?
Aires – É viver muitos anos!
Sandro – O meu também! É viver muitos anos, e se puder continuar a fazer aquilo que eu mais gosto… era óptimo.

Sandro Junqueira e Aires Ramos ao Raio X

Entre Vistas - Brinquedo que mais vos marcou?
Sandro – O brinquedo que mais me marcou foi um comboio eléctrico.
Aires – Já não me lembro…
Entre Vistas - Prato de comida favorito?
Sandro – Eu adora massa, esparguete, lasanha… tudo o que tenha massas.
Aires – Arroz com feijão e jaquinzinhos.
Entre Vistas - Cidade preferida para viver?
Sandro – Eu gosto muito de Lisboa. Mas agora, onde, eu gostaria de viver, era em Berlim. A cidade que eu acho mesmo fantástica para viver, tirando o calor, é Sevilha.
Aires – Desde que seja perto do mar, qualquer uma serve.
Entre Vistas - Livro que mais gostaram de ler?
Sandro – São tantos livros… Mas, vou escolher o poema “A Tabacaria” de Álvaro de Campos.
Entre Vistas - Músico preferido? -
Aires – Francisco Tarrega.

Entrevista conduzida por Gonçalo Alexandre, João Carvalho e Lara Reigado
Guião da entrevista - produção colectiva 5.º B (2010/11)

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